Talvez eu seja apenas um apaixonado, louco que não tem limites para sua felicidade, e nem para sua tristeza.
Talvez eu seja apenas um adolescente, louco que tem tantas coisas dentro da cabeça que precisa escrever para talvez se acalmar.
Talvez eu seja apenas um futuro escritor, louco que tem ápices de tristeza e inspiração para escrever quase filosofias sem algum sentido.
Ou, talvez eu não seja nada, mas ainda assim um louco.
Perdi os meus limites, quebrei as minhas barreiras e ainda estou tentando me adaptar ao meu ‘novo eu’, mesmo que dentro dessa minha armadura de papelão exista sentimentos frágeis de momentos tristes e inesquecíveis que me fazem fraco agora. A reflexão diária é algo que não me fortalece mais, simplesmente cresce as minhas dúvidas internas sobre um futuro turvo e improvável.
O dia já não me ensina mais nenhuma lição e a noite não me traz mais o sono que tanto espero. A minha intuição está tão aguçada que sinto medo daquilo que só meus olhos podem enxergar. Os insights diários sobre prováveis acontecimentos só me fazem ficar imaginando minhas também prováveis reações.
Eu experimentei de uma felicidade tão intensa que meu medo é não tê-la novamente, mesmo sabendo que eu a tenho. Eu estou feliz, eu me sinto feliz e eu sou feliz; então porquê será que a minha cabeça não me dá uma folga? Eu entro em vibrações mentais que não fazem parte de mim e elas me levam à direções que não tem limites, mas que podem acabar num momento tão inesperado que sou incapaz de acompanhar a velocidade dos meus pensamentos.
Talvez eu seja um louco que é tão apaixonado que tem medo.
Talvez eu seja um louco tão feliz que busco cada vez mais felicidade, e isso pode ser ambicioso demais.
Talvez eu seja um louco tão inseguro que tenho medo daquilo que é concreto.
Talvez eu seja nada, mas jamais deixaria de ser um louco, um louco que ama.
Rafael Pimentel. Srm2